Jogo do Tigrinho: influencers usam ‘versão demo’ para atrair vítimas; entenda


Os influenciadores que fazem propaganda do Fortune Tiger, mais conhecido como “Jogo do Tigrinho”, utilizam uma versão de demonstração do aplicativo criada para enganar os seguidores. A conta demo permite verdadeiramente ganhar quantias durante os vídeos curtos que os influenciadores postam nas redes sociais.

A fraude foi descoberta pela Delegacia de Estelionatos de Maceió (AL) e foi revelada em reportagem exibida ontem (23) pelo Fantástico. Em testes, a repórter da Globo Giuliana Girardi ganhou mais de R$ 26 mil em cerca de dois minutos.

Mas as autoridades de Alagoas alertam que tudo não passa de ilusão, já que a versão do app disponibilizada para download para as vítimas é outra. Os influenciadores recebem a conta demo com o propósito de motivar as pessoas.

Os influencers também recebem instruções explícitas com o objetivo de enganar, como demonstrar felicidade e empolgação nos vídeos publicados ao ostentarem seus ganhos.

O esquema todo não passa de propaganda fraudulenta. O delegado de estelionatos de Maceió disse ao Fantástico que os influencers fazem parte de uma organização criminosa. Até pouco tempo, eram pessoas sem patrimônio, mas que ficaram milionárias devido ao jogo de azar. Uma dessas pessoas é Paulinha Ferreira, que ostentava carros importados nas redes sociais.

Mulher perdeu tudo que tinha

Fantástico ainda exibiu a história de Maria das Graças Conceição dos Santos. Ela disse que se sentiu incentivada a baixar o jogo, pois viu uma influenciadora ganhando muito dinheiro.

Depois de ganhar certa quantia, ela começou a perder. Quanto mais investia para recuperar as perdas, mais ela se endividava. No fim, a vítima perdeu cerca de R$ 200 mil no jogo do tigrinho. Por isso, ela precisou se desfazer de sua loja.

A influencer Paulinha Ferreira ostentava carros de luxo na redes sociais. (Imagem: g1/Reprodução)

Em São Paulo, mais de 60 pessoas procuraram a polícia por causa do jogo clandestino. De acordo com o delegado da 3ª Delegacia de Investigações Gerais, já são mais de 500 boletins de ocorrência elaborados com base nesse tipo de golpe.

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