Vereador do Cabo de Santo Agostinho e esposa são presos por suspeita de prática de 'rachadinha'

De acordo com a Polícia Civil, Galego da Farmácia (PSB) e a mulher teriam envolvimento em desvio de R$ 1 milhão. Informações foram divulgadas nesta quarta-feira (23).



O vereador do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, Carlos José Mendes da Silva, conhecido como Galego da Farmácia (PSB), e a companheira dele, foram presos pela Polícia Civil de Pernambuco por suspeita de prática de “rachadinha”. O crime é praticado quando o parlamentar recebe parte dos salários dos funcionários do gabinete.

Segundo a delegada Isabela Veras, da Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), o parlamentar e a mulher teriam envolvimento em desvio de R$ 1 milhão. O G1 entrou em contato com a Câmara de Vereadores, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

O parlamentar e a companheira, com quem ele mantém união estável, foram alvos da Operação Efeito Dominó II, deflagrada na terça-feira (22). As prisões ocorreram quando o casal chegava em casa, em Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, também na Região Metropolitana.

Nesta quarta (23), a delegada divulgou detalhes da operação. Segundo Isabela Veras, o vereador preso é irmão do presidente da Câmara do Cabo, Vicente Mendes da Silva Neto, o Neto da Farmácia (PDT).

O vereador foi levado para o Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. A mulher, que não teve o nome divulgado pela polícia, está na Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste. O G1 tenta localizar a defesa do parlamentar e de sua companheira.

“Os dois tiveram prisões preventivas decretadas. Como eles são réus presos, vamos finalizar o inquérito em dez dias e enviar ao Ministério Público “, afirmou a delegada.

De acordo com Veras, a mulher do vereador trabalhou como funcionária comissionada no gabinete dele, entre 2017 e 2018, quando foi exonerada a pedido do Ministério Público. O esquema de “rachadinhas”, de acordo com a policial, foi praticado desde o início da legislatura, em 2017, até agora.

“Essa operação é resultado de outras ações na Câmara do Cabo, como a Rateio, em julho deste ano, e a Efeito Dominó I, também em 2020”, informou a delegada.

A policial explicou que cada vereador do Cabo tem direito a até sete cargos comissionados. No caso do presidente da Câmara, são oito. “O valor repassado por cada servidor comissionado varia de acordo com o cargo ou a função e com o salário”, comentou.

Nenhum comentário

Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente a do Blog Click Nabuco.
A responsabilidade é do autor da mensagem.